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terça-feira, 19 de maio de 2009

Pequenos gestos de amor


Terça-feira, 19 de maio de 2009, 10:50h de uma manhã com clima agradável, nem frio nem quente. Tempo gostoso.

Depois de passar a manhã toda dando aulas e falando sem parar, finalmente estava na reta final do quarto horário – um dos horários em substituição a uma colega. Tinha conseguido, com certa dificuldade, colocar a sala em ordem e manter os alunos atentos. Sim... No quarto horário, depois do terceiro ter sido na biblioteca, em meio a tantos livros interessantes, eles estavam eufóricos. Mas, enfim, haviam se concentrado na minha humilde aula de matemática.

Isso até, exatamente às 10:50h, minha linda, loira e essencial coordenadora Monika (espero que ela leia este texto e me dê um 10 na avaliação de desempenho!! Brincadeira, claro... Sou fã da Monika, gostei dela desde que a conheci no início de 2008; é uma excelente profissional, uma ótima colega de trabalho e uma pessoa iluminada!!) me chamar na porta da sala, muito séria: “Professora Hélia, venha até aqui me explicar uma coisa!”.

Fui até a porta assustada e Monika me disse: “Este rapaz disse que trouxe isso aqui para você, me explica essa história!”. Olhei para o lado e o “rapaz” era o entregador da floricultura... com um arranjo lindo de rosas brancas e amarelas! Lindo, lindo... “Hoje é dia de que?”, ela perguntou, sorrindo. E eu: “São pra mim mesmo? Porque não é dia de nada...”. O rapaz sorriu: “Mas isso é que é o melhor, não é? Quando não é dia de nada”.

(Observação rápida: o buquê é esse mesmo da foto acima! Eu o fotografei quando cheguei em casa!!)

Peguei as flores e nem pude responder. De repente tinha mais de 20 crianças na porta, pulando em cima de mim e gritando: “´É do namorado dela! Tá namorando, tá namorando!”.

Depois disso, até às 11:15h, quando os pais buscam as crianças menores, praticamente não foi possível mais dar aulas. Os alunos queriam pegar nas flores, ler o cartão, fazer mil perguntas sobre o “namorado” – que, aliás, eles acharam que era o entregador .

Quando os alunos saíram, fiquei olhando as flores, lendo o cartão – simples, com poucas e rápidas palavras – e pensando no que o entregador disse. Sim, é melhor quando não é dia de nada. Porque, na verdade, todo dia é dia de se dizer a alguém o quanto ele ou ela nos é especial. Todo dia é dia de se falar, de alguma forma: “Você é importante para mim e eu sou uma pessoa mais feliz com você na minha vida”. Mas não só falar. Especialmente, e mais importante: demonstrar.

Fico pensando na sensação que se tem ao enviar flores para alguém e ficar, de longe, imaginando se a pessoa recebeu... como ela sorriu ao ver as flores... o que ela sentiu ao ler o cartão... se seus olhos brilharam...

Sempre recebi flores no trabalho e sempre me emocionarei com o gesto. Mas não é apenas o gesto de mandar flores que me emociona. É um telefonema no meio da tarde, dizendo: “Pensei em você agora, estou com tanta saudade!”... É um email, com poucas linhas, apenas para lembrar o quanto você é importante... É um bilhetinho deixado dentro da sua bolsa, sem que você perceba, e que você encontra quando menos espera... É um sorriso imenso que se abre no rosto do outro ao te ver... É um “eu te amo” que você sabe que é sincero, e que a pessoa não fica dizendo a cada dia para alguém diferente.

Fiquei pensando no motivo das flores... Talvez porque ontem e hoje eu estivesse um pouco triste e ele tenha percebido - embora a tristeza não tenha mesmo nada a ver com ele... Talvez porque ele viu as flores e pensou em mim... Ou talvez não, talvez ele já tivesse planejado isso há mais tempo...

Antes de sair da escola liguei para agradecer pelas flores. Sentir o sorriso do outro no celular, ao te ouvir, é indescritível. Mas o melhor pra mim foi ouvir, quando eu disse que havia ficado surpresa, pois não era nenhuma data especial: “É só que você é linda e eu te amo muito”.

Eu disse “pequenos gestos de amor”?

Não, não... são tão GRANDES que não seria possível descrevê-los neste texto...


Hélia