segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Sobre o que não se explica...


Pessoas especiais são aquelas que conseguem transformar um dia qualquer em um momento único...

Foi assim que, em pleno primeiro dia de um detestável - ao menos para mim - horário de verão, recebi um presente em forma de e-mail da tão querida Tatiana Kielberman... 

E assim, mais uma vez, ela me fez sorrir! 

[Obrigada, minha linda, por desenhar sorrisos no meu rosto!!]

E como sorrisos a gente deve dividir, para multiplicar, trago a vocês essa linda surpresa, feita para mim por uma pessoa mais que especial em minha vida! Apreciem o talento e a sensibilidade da minha tão querida Tatiana Kielberman:

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Minha querida e estimada Helinha,
Há certos dias, venho procurando um punhado de palavras para compartilhar no seu blog. Já faz algum tempo desde que escrevi pela última vez neste espaço e, se assim posso dizer, sinto-me em casa todas as vezes em que venho aqui.
Você me conhece bastante e sabe que gosto de uma boa surpresa, de vez em quando... Por isso, cá estou eu novamente!
Foi sem querer que encontrei, num texto de autoria desconhecida, tudo aquilo que gostaria de transmitir sobre o significado da nossa amizade em minha vida.
O escrito começa dizendo mais ou menos assim...
"Intimidade é abrir a porta para o seu íntimo e deixar que o outro mergulhe nessas águas profundas e, muitas vezes, turvas."
É impossível não me remeter à sua imagem ao ler essas palavras, afinal, sinto que nossa intimidade transcende tempo, espaço e distância. É como se sempre tivéssemos nos conhecido. E reconhecido.
"O fato é que não é possível escolher os íntimos – eles simplesmente são."
Simplesmente somos, desde o início. Nenhuma barreira foi forte o suficiente para quebrar esse laço, mesmo com qualquer dificuldade ou obstáculo que tivemos que enfrentar.
"Na vida, precisamos mesmo de semelhantes, de cúmplices, de íntimos. Aqueles que te permitem jogar as máscaras, que gostam de você mesmo quando se é autêntica no limite. Aqueles que te fazem entender o real significado se ser escutada, que te explicam na prática que um olhar vale mais que mil palavras e que te lembram qual o verdadeiro sentido da palavra aconchego."
Sim, sou muito grata por todos que tenho ao meu redor, mas com você é diferente, sabe?
Mesmo quando o mundo desmorona e eu perco a noção das coisas, a sua presença me faz voltar ao cerne. O fato da sua existência me reanima, reaviva o coração e oxigena minha alma ao máximo.
Por saber que tenho você, o seu carinho, o seu afeto e a sua amizade, eu topo seguir em frente...
Porque sei que, se eu cair, você estará lá para me ajudar a levantar. E, se preciso for, também me defender.
"Sorte daqueles que encontram os seus íntimos nas tantas ruas da vida."
Ainda bem que eu encontrei você! E espero continuar encontrando, (re)encontrando, para sempre... ^^
Obrigada por TUDO!
Com meu carinho,
Tatiana Kielberman
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sábado, 1 de junho de 2013

Pra lembrar você...


Eu pensei que conseguiria seguir minha vida sem me lembrar de você. E eu fui seguindo, mesmo. Mas sem me lembrar de você? Não, isso eu não consegui.

Não é que eu não viva, como as outras pessoas. Eu vivo. Minha vida não parou por sua causa. Eu acordo pela manhã, trabalho, estudo, converso com outras pessoas, posto em redes sociais, ouço músicas, assisto TV, como, bebo, amo, durmo... Enfim, essas coisas todas que milhões de seres humanos fazem todos os dias. E, para ser bem sincera, eu até consigo ter meus momentos de felicidade. Sim, eu tenho sorrisos verdadeiros.

Mas sempre tem aquela parte do dia em que alguma coisa me lembra você. Uma reportagem no jornal, uma frase que alguém diz, uma comida, um poema, uma música. Às vezes nem acontece nada, eu simplesmente me lembro de você. Assim mesmo, do nada. E dá uma vontade de te procurar, de saber como você está. De te ouvir, de te falar de mim. Ou simplesmente de te sentir presente, de alguma forma.

Em alguns momentos eu faço isso mesmo. Não resisto: te procuro. E é bom demais enquanto dura, enquanto eu não acordo para a realidade de que eu e você não somos "nós".

Mas tem outros momentos em que eu me seguro e a razão fala mais alto. Então eu não te procuro e dou um jeito de sublimar esse desejo. Eu fujo.

E aí eu sou essa pessoa que passa pelas ruas, todos os dias. Que tanta gente vê, mas que poucos enxergam de fato. Eu sou aquela que caminha sorridente e decidida, a quem tantos admiram pela serenidade. Mas talvez só você saiba que, lá no fundo de mim, mora aquela mesma moça sensível e ingênua, que um dia enlouqueceu por você. E que sonha, apenas, em esquecer toda prudência e toda razão. Para viver, simplesmente, feliz ao lado seu.

^^

Hélia

sexta-feira, 17 de maio de 2013

De repente...


De repente, você chega

e, do nada,

coloca um sorriso 

no meu rosto…

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[Publicado, originalmente, no site Retratos da Alma]

^^

Hélia

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

A ciência do detalhe


Minha querida amiga Tatiana Kielberman estreou um novíssimo [e lindo] blog, chamado Detalhes Intimistas. Vale a pena conferir!

Lendo as suas primeiras linhas, lembrei-me de um texto que recebi [de uma pessoa a quem amo demais, irremediavelmente e incondicionalmente!] há 6 anos e que me tocou muito, pela importância que dou aos detalhes...

Deixo para vocês, hoje, esse texto ao mesmo tempo tão profundo e leve!

Beijinhos!

Hélia

^^

A Ciência do Detalhe

Mica Guimarães*

Se engana todo aquele que pensa que, pelo fato de estar permanentemente ocupado em suas tarefas diárias, exaustivos labores cotidianos, atingiu um patamar invejável, que o torna diferente dos humanos ou, ao menos, imbuído de uma pesada e importante missão na Terra, que só ele tem condições de cumprir. Engano. 

Uns pretendem a vida eterna, além de lá; outros a vida plena, no sentido exato do limite dos seus sentidos. Para a vida eterna, uns se enclausuram; para a vida meramente temporal, alguns se jogam nos prazeres carnais, pelo desejo da volúpia pela volúpia. Enganam-se.
 
Engana-se, também, o exemplar juiz que se debruça meses a fio sobre um processo qualquer, visando mais um enfadonho veredicto, imaginando que quanto mais agir com abnegação mais proveito obterá, em favor da realização inconteste dos seus sonhos. Nem o bandido que igualmente se esmera no planejamento do seu hediondo mister, apesar de atingir os seus objetivos, logrará êxito. Não há obra humana realizada, seja ela boa ou má, que se coloque em posição de destaque em relação à outra. Tudo é apenas trabalho, que se fundamenta em erigir enganos, seja qual for a ocupação. 

A obra se completa não ao atingir o todo de sua inteireza, mas ao encontrar o detalhe que com ele se intercompleta, porque na música até a ausência de som é melodia, e nada há de uno que não almeje detalhe. Nas obras ou nas ações, os detalhes fazem necessariamente a diferença. Deus não teria completado a sua obra sem o divino detalhe: O Cristo. E, assim, em tudo no Universo, em qualquer manifestação de vida, movimento, ação, deslocamento, ida, busca, volição. Tudo, tudo.
 
Se alguém já ouviu falar em Van Gogh, pode não compreender o valor de sua obra ou dar qualquer explicação a seu respeito, mas, com certeza, vai se lembrar dele pela ausência de uma das orelhas. Um pormenor me chama a atenção sempre que vejo a figura enigmática de uma esfinge: o pedaço retirado de suas ventas. Você sabe quem foi o responsável. 

O nome de Salomé não constaria da Bíblia, se João Batista não tivesse sido decapitado. Ao ouvir a expressão “eu lavo as minhas mãos”, a figura de quem vem a nossa mente? Uma particularidade vale uma vida, marca uma história, limita épocas. O riso de Monalisa. Os trejeitos de Chaplin. O mau humor de Beethoven. A cadência pélvica de Elvis. E as cabeleiras dos Beatles? Vou parar de citar, se não a crônica não passará de um detalhe. Lendo Lucas 15, versículos de l a 7, pude vislumbrar o quanto é estranha aos olhos dos homens a ciência de Deus. E que é, às vezes, num simples detalhe que ele sintetiza toda a sua obra, sem que haja necessidade de, para compreendê-la, o homem ostentar títulos ou posições destacadas na sociedade.
 
É tudo tão simples, harmonioso e inesperado quanto um gorjeio matinal, escondido nas frondes. Um pastor deixa para trás noventa e nove ovelhas, para resgatar uma desgarrada. Ao encontrá-la, se enche de júbilo por reconhecer que o rebanho, por mais valioso que seja, só poderá ser considerado como tal se abrigar em seu meio a perdida. Aparentemente, só um detalhe. 

* Professor e jornalista