domingo, 22 de novembro de 2009

Meros detalhes...


Ontem, andando no meu bairro, vi uma cena encantadora...

Um casal caminhava bem a minha frente. Eu os conheço, “de vista”. São casados e vivem sozinhos (os filhos moram em outros bairros). Ambos têm, certamente, mais de 60 anos. Caminhavam de mãos dadas. Carregavam umas sacolas da padaria, a impressão que dava era de que saíram para comprar pães para o lanche da tarde. De repente, quando passavam diante de uma casa fechada e com anúncio de “Vende-se”, a senhora parou e apontou para algo. Olhei: ela apontava para uma roseira. A roseira estava linda! Muitas rosas, e todas muito bonitas!

A senhora colocou a mão no rosto, encantada! O senhor, então, parecia ter rejuvenescido 50 anos! Como um rapazinho, deu um pulo, subiu em uma parte da grade que cercava a casa, esticou-se todo, pegou uma rosa (escolheu uma linda!) e ofereceu-a à sua amada!

Fiquei parada, sorrindo, vendo os dois se afastarem de mãos dadas...

Pensei, então, no que é necessário para se conquistar alguém... Para ME conquistar! E para manter essa conquista. Não é tanta coisa, nem nada inatingível. Não é preciso bradar a plenos pulmões, nem jogar pétalas de helicóptero, nem escrever em outdoors... Não é isso que quero! Desejo, antes, as sutilezas... aprecio os gestos simples... dou importância aos detalhes...

Um sorriso que, eu sei, é especial para mim... uma alegria indisfarçada na voz ao falar comigo... um presente, não pelo valor material, mas pela lembrança... um recado deixado no meio da tarde, ou da noite, da manhã, da madrugada... um telefonema inesperado, ou o esperado ansiosamente... uma abraço na hora certa e do jeito certo... um “olha só, vi isso aqui e lembrei de você!”... o simples fato de saber que a pessoa, em um momento do seu dia, lembrou-se de mim! E de uma forma única e especial! Com carinho...

Ah, o carinho! Expresso de várias formas, em vários gestos! E junto com o carinho, respeito, admiração, desejo (se for o caso...), ternura, afeto...

Sim... São os detalhes que fazem mesmo a diferença... Tanto para me aproximar quanto para me afastar de alguém... Pois é também, muitas vezes, nos detalhes (de desatenção ou desrespeito, ou tantos “des...”) que se perde alguém! E não falo só da relação homem-mulher. Falo de todas: de amizade, amor, namoro, casamento, o que seja!

Ofereço então, como pequeno gesto de carinho, essa rosa amarela da imagem que ilustra esse post... Rosa não roubada através da grade de um jardim, mas cedida gentilmente (pois gentileza é característica dele...) pelo (muito!) querido LF, ou @only_LF. Ah! Ele tem uma maravilhosa galeria de fotos no Flickr (clique em "LF" para conhecer o blog dele; em "only_LF para encontrá-lo no twitter e em "Flickr" para apreciar suas fotos!!)!! Ele é um mestre na sensibilidade em capturar os detalhes, com sua câmera... e acredito também que com seu coração!! Vale a pena conferir as fotos, lindas, que ele publica lá!

E quero dizer a VOCÊ, que está lendo esse texto agora – e sabe bem que me dirijo a você – que seus gestos de carinho têm me conquistado a cada dia, em cada detalhe... sutilmente!!

^^

Hélia

domingo, 8 de novembro de 2009

Sutilmente avassalador...


Soltou um suspiro e, sorrindo, fechou os olhos...

Sentiu o calor do corpo dele atrás de si... O toque das mãos dele sobre seus ombros, primeiro brincando com a alça fina do seu vestido que insistia em descer pelos braços... Depois, tateando sua pele, num toque quente, suave e firme, que a fez arrepiar-se da cabeça aos pés.

Suspirou novamente quando os carinhos dele avançaram, as duas mãos fortes subindo pelo seu pescoço e orelhas.

A respiração morna dele em sua nuca a fez curvar-se, levemente.

Quando ele afundou o rosto em seus cabelos e aspirou-lhes o perfume, mordiscando de leve sua orelha, ela riu baixinho.

Ele a envolveu em um abraço intenso, encostando o peito em suas costas, e ela pôde sentir o coração dele batendo acelerado, como se fosse o seu próprio.

Desejou nunca mais sair daquele abraço de corpo inteiro, daqueles beijos em seu pescoço, daquela respiração em sua orelha, daquele corpo ardente encostado ao seu.

Ele lhe fazia tão bem! E de um modo único... Desejava-o também como ainda não desejara ninguém, de uma forma sutilmente avassaladora! Não era um desejo só de corpo, era um desejo de tudo o que vinha dele...

O toque do telefone a fez abrir os olhos e, virando-se para trás, encontrar apenas a solidão do seu quarto. Pegou o celular e viu o nome dele piscando ali, insistentemente.

Atendeu, meio ofegante, e ele certamente podia sentir o sorriso em sua voz, quando ela falou:

- Oi! Estava pensando em você...

^^

Hélia

(Voltei!! Intensamente...)