segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Descrição...



- Está com os olhos fechados? Mesmo, mesmo...?

A voz dela, suave e doce, preenchia todos os espaços e o seu coração também. Ela falava sorrindo.

Ele costumava dizer que ela tinha voz de estrelas. Quando disse pela primeira vez, ela riu (risos de estrelas também) e falou: “Mas estrelas não são mudas?”. E ele respondeu: “Acho que sim. Mas se falassem, tenho certeza que as vozes delas soariam luminosas, como a sua”.

- Sim, fechados mesmo... não estou enxergando nada... – ele respondeu, e era verdade.

- Promete? Jura, de dedinhos cruzados na boca?

- Não sou de jurar, mas se você pede, eu juro. – ele sorriu, achando encantador esse jeito dela, meigo e natural, de falar.

E ela sorriu também, porque amava aquele sorriso dele. Amava o jeito que ele tinha de deixá-la a vontade. E, mais que tudo, amava o modo como ele a fazia sentir-se única. Ele dizia: “Com você é diferente. Sempre foi”. Sim, ele era diferente com ela. Ele a fazia feliz.

- Então... é um conjuntinho, a camisola e a calcinha... – ela começou a descrição - A camisola é vermelha e curta, mais ou menos o suficiente pra cobrir o bumbum... ou quase! Na verdade, acho que não cobre tudo, não...

Em cima, nos ombros, as alças dela são duas fitas finas, de cetim.

Na parte que fica sobre os seios, ela é rendada, mas uma renda bem fina e discreta... Tem um pequeno decote...

Tem uma fitinha, mais fina que as fitas das alças, que permite apertar ou afrouxar a camisola sobre os seios e dar um laço... e a camisola desce se alargando, ficando mais larguinha até chegar no início das coxas... Ali, ela tem uma pequena abertura lateral... discreta, mas que aparece mais a cada pequeno movimento...

Mas do que eu mais gosto é da calcinha!

A calcinha é vermelha também, mas sem detalhes... É transparente.

Tem fitas nas laterais... que amarram, fazendo laços... e quando os laços são desamarrados, ela cai, bem delicadamente... ou então, dependendo da situação, os laços bem que podem ser tirados com um pouco mais de ousadia... com a boca... – ela riu seu riso de estrela mais uma vez, pensando na sensação da pele arrepiada, com a boca dele se encostando em seu corpo, desfazendo o laço. – Conseguiu imaginar...?

Imaginar, ele tinha imaginado. Até demais. Mas já era impossível se controlar. Abriu os olhos e a viu ali, inteira: cabelos, olhos, boca, pescoço, ombros, seios, curvas, braços, pernas, sorriso, renda, carmim esvoaçante, transparência, fitas, laços e estrelas.

Era melhor, muito melhor que qualquer coisa que ele pudesse imaginar. Era melhor que tudo que havia visto em todos os seus sonhos... nos quais esteve dormindo... ou acordado.

Era a visão do paraíso!

Seus olhos foram instantaneamente para as fitas vermelhas que prendiam a calcinha no corpo dela, dando um laço de cada lado. Quando ergueu os olhos, viu que ela abria a boca, dizendo suavemente num sorriso:

- Vem...

^^

Hélia