sábado, 30 de maio de 2009

Selo essencial...


Selo para meus queridos amigos...

Ficarei muito honrada e feliz se vcs o pegarem e o levarem para seus blogs!!

Não tem regras...

Porque todo amigo é Essencial!!

^^

Contrato de Professora


"CONTRATO DE PROFESSORA” (de 1923)

Este é um acordo entre a Senhorita _________________, professora, e o Conselho de Educação da Escola ________________, pelo qual a Senhorita _____________ concorda em ensinar por um período de oito meses, começando em 1 de Setembro de 1923. O Conselho de Educação concorda em pagar à Senhorita_____________ a soma de 75 dólares por mês.

A Senhorita concorda com as seguintes cláusulas:

1. Não se casar. Este contrato torna-se nulo imediatamente se a professora se casar.
2. Não andar em companhia de homens.
3. Estar em casa entre as oito horas da noite e as seis da manhã, a menos que esteja assistindo a alguma função da escola.
4. Não ficar vagando pelo centro em sorveterias.
5. Não deixar a cidade em tempo algum sem a permissão do presidente do Conselho de curadores.
6. Não fumar cigarros. Este contrato torna-se nulo imediatamente se a professora for encontrada fumando.
7. Não beber cerveja, vinho ou uísque. Este contrato torna-se nulo imediatamente se a professora for encontrada bebendo cerveja, vinho ou uísque.
8. Não andar de carruagem ou automóvel com qualquer homem exceto seu irmão ou pai.
9. Não vestir roupas demasiadamente coloridas.
10. Não tingir o cabelo.
11. Vestir ao menos duas combinações.
12. Não usar vestidos mais de duas polegadas acima dos tornozelos.
13. Conservar a sala de aula limpa:
a) varrer o chão da sala de aula ao menos uma vez por dia.
b) esfregar o chão da sala ao menos uma vez por semana com água quente e sabão.
c) limpar o quadro-negro ao menos uma vez por dia.
d) acender a lareira às 7 horas da manhã de forma que a sala esteja quente às 8 horas quando as crianças chegarem.
14. Não usar pó no rosto, rímel, ou pintar os lábios."

Citado em “Trabalho docente e textos: economia política das relações de classe e de gênero em educação” de Michel W. Apple. (Versão brasileira)

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Para Allan...



O meu coração está feliz
por causa de você...
Minha vida mudou de vez
depois que você chegou...
Sou outra pessoa,
uma pessoa bem melhor...

E se o amor tivesse uma cor,
seria a sua...
Se fosse branca a cor,
seria a mais bela das luas!
Toda a beleza
que o amor pedir...
Eu quero pra você
o melhor de mim!

Se o amor tivesse um nome,
seria o seu...
Se fosse flor o seu nome,
seria o mais doce jasmim...
Você sabe me fazer feliz...
E eu quero pra você
o melhor de mim!

O meu corpo está mais quente
por causa de você...
Minha pele mudou de cor
depois que você chegou...
Você entrou na minha vida
como um anjo cheio de luz...
Tudo ficou mais claro,
tudo ficou azul!

Se o amor tivesse uma cor,
seria a sua...
Se fosse branca a cor,
seria a mais bela das luas...
Toda a beleza
que o amor pedir...
Eu quero pra você
O melhor de mim!
(O melhor de mim - Ana Carolina)

"Inclina para mim os teus lábios
e que ao sair da minha boca
a minha alma volte para dentro de ti"
(Diderot)

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Então eu grito...


Porque há o direito ao grito.
Então eu grito.
Grito puro e sem pedir esmola.

(Clarice Lispector)

quarta-feira, 27 de maio de 2009

O sentido da vida...



Estive lendo um post da Cleo, do Blog Infinito Particular e me atentei na última frase: "Não espere pra ser feliz!"...

Fiquei pensando em quanta coisa boa a gente deixa de viver...

Em quantos momentos felizes passam, e a gente não aproveita, às vezes nem percebe que eles estão acontecendo... Mas estão, bem ali na nossa frente...

Ficamos esperando pela "tal felicidade", como se ela fosse uma coisa assim, bem grandiosa, bem palpável... Como se, quando ela fosse acontecer, os sinos tocassem, as trombetas anunciassem...

E, enquanto esperamos por esse ato solene, os momentos importantes e felizes vão passando na nossa vida!

Pois a felicidade está, na verdade, nas coisas mais simples, mas ao mesmo tempo tão essenciais!

Um dos segredos da vida, e que a torna bem melhor e mais gostosa de ser vivida é isso: saber aproveitar cada momento, porque ele é, REALMENTE, único!

Lembrei-me de um epsódio que me aconteceu há pouco tempo...

Estava num guichê de atendimento e, como sempre acontece, logo estava no maior papo com a atendente... Enquanto resolvia meu problema, ela me disse:

- Não me sinto muito bem... Estou com o corpo todo doendo! Briguei com meu marido ontem, por uma bobagem... Mas sou orgulhosa, não dou o braço a torcer! Então, quando fui dormir, me deitei bem no canto da cama! No canto mesmo, toda apertada! Algumas vezes ele tentou se aproximar, mas eu o repelia e me afastava ainda mais! Não tinha mais pra onde ir, até que ele desistiu... E dormiu profundamente! Eu, não... Fiquei acordada, remoendo a raiva... Acordei toda dolorida e ele já tinha saído. Pra ser sincera, nem me lembrava mais porque tinha brigado. Mas a dor no corpo está comigo até agora! Sabe de uma coisa? Eu deveria ter falado com ele ontem, na hora: "Estou chateada com isso, gostaria que não acontecesse mais. Mas não gosto de brigar com vc e não quero ficar com raiva"...

Eu sorri e disse:

- Quando chegar em casa hoje, diga isso a ele. Certamente vc dormirá bem melhor...

Achei interessante como ela mesma refletiu sobre o caso, sem que eu precisasse dizer nada!

Acho que sou uma pessoa bem feliz porque justamente não consigo ficar com raiva muito tempo. Geralmente, eu digo logo para a pessoa que estou incomodada com o que ela fez ou falou e daí a pouco já estou conversando com ela normalmente, sem raiva e sem rancor.

As pessoas ficam buscando em vão uma resposta, se perguntando qual é o sentido da vida...

Pois o verdadeiro sentido da vida é ser feliz!

Hélia

terça-feira, 26 de maio de 2009

(In)Definições...


Música invadindo todos os ambientes da casa e a minha cabeça...

Vozes e risadas constantes de crianças saudáveis e felizes...

Flores e beijos...

Um pé no chão, o outro indeciso, a cabeça nas nuvens e dentro dela muitos sonhos...

Nas mãos um livro, o computador, o celular, a caneta, o lápis, uma boa borracha (tanta coisa pra apagar!!), a panela, o xampu, um perfume, tudo ao mesmo tempo e agora!!

Nos lábios um sorriso teimoso, nos olhos tranqüilidade e perspicácia, nos ouvidos um filtro seletor...

Na mente e nas atitudes algumas dúvidas, umas certezas, inconformismo e muito espanto (ainda, graças a Deus!) com o comportamento das pessoas, com o individualismo, com a injustiça, com a arrogância, com o preconceito, com a intolerância, com a futilidade, com as mentiras, com a dissimulação...

Sempre uma necessidade danada de atenção das pessoas amadas!!

Um pouco de teimosia, um pouco de impaciência, um pouco de ingenuidade, um pouco de displicência, um pouco de rebeldia, um pouco de desorganização...

Muita responsabilidade, muito respeito, muita ternura, muito carinho, muita disponibilidade, muita sinceridade e muita firmeza (de atos e de caráter!!)... e por todos os poros muita paixão e muito, muito amor!!

Às vezes falando demais... outras, praticamente muda; sempre, sempre ouvindo (e selecionando)...

Pretinha, Meu amor, Mamãe, Amora, Amiga, Helinha, Lilinha, Branca de Neve, irmãzinha, tia, querida, more... eu sou múltipla, mas sou sempre Hélia, essencialmente amável (e amada!), invariavelmente autêntica...

Hélia

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Demonstrar nossos sentimentos é essencial...




Poema do Amigo Aprendiz
(Ou... Saudação do amigo)

Pe. Zezinho

Quero ser o teu amigo.
Nem demais e nem de menos.
Nem tão longe e nem tão perto.
Na medida mais precisa que eu puder.
Mas amar-te sem medida e ficar na tua vida,
Da maneira mais discreta que eu souber.
Sem tirar-te a liberdade, sem jamais te sufocar.
Sem forçar tua vontade.
Sem falar, quando for hora de calar.
E sem calar, quando for hora de falar.
Nem ausente, nem presente por demais.
Simplesmente, calmamente, ser-te paz.
É bonito ser amigo, mas confesso é tão difícil aprender!
E por isso eu te suplico paciência.
Vou encher este teu rosto de lembranças,
Dá-me tempo, de acertar nossas distâncias...


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A Sua

Marisa Monte

Eu só quero que você saiba
Que estou pensando em você
Agora e sempre mais
Eu só quero que você ouça
A canção que eu fiz pra dizer
Que eu te adoro cada vez mais
E que eu te quero sempre em paz

Tô com sintomas de saudade
Tô pensando em você
E como eu te quero tanto bem
Aonde for não quero dor
Eu tomo conta de você
Mas te quero livre também
Como o tempo vai e o vento vem

Eu só quero que você caiba
No meu colo
Porque eu te adoro cada vez mais
Eu só quero que você siga
Para onde quiser
Que eu não vou ficar muito atrás

Tô com sintomas de saudade
Tô pensando em você
E como eu te quero tanto bem
Aonde for não quero dor
Eu tomo conta de você
Mas te quero livre também
Como o tempo vai e o vento vem

Eu só quero que você saiba
Que estou pensando em você
Mas te quero livre também
Como o tempo vai e o vento vem
E que eu te quero livre também
Como o tempo vai e o vento vem...

Memória


(Aprendi este poema ainda criança, e nunca mais esqueci... Afinal, o essencial é invisível aos olhos, mas fica eterno no coração... Sou fã da obra de Drummond e este é um dos seus mais belos textos!!)

Amar o perdido
deixa confundido
este coração.

Nada pode o olvido
contra o sem sentido
apelo do Não.

As coisas tangíveis
tornam-se insensíveis
à palma da mão

Mas as coisas findas
muito mais que lindas,
essas ficarão.

Carlos Drummond de Andrade

domingo, 24 de maio de 2009

Clarice Lispector é essencial!!



Sendo este um jornal por excelência, e por excelência dos precisa-se e oferece-se, vou pôr um anúncio em negrito:

Precisa-se de alguém homem ou mulher que ajude uma pessoa a ficar contente porque esta está tão contente que não pode ficar sozinha com a alegria, e precisa reparti-la.

Paga-se extraordinariamente bem: minuto por minuto paga-se com a própria alegria.

É urgente pois a alegria dessa pessoa é fugaz como estrelas cadentes, que até parece que só se as viu depois que tombaram; precisa-se urgente antes da noite cair porque a noite é muito perigosa e nenhuma ajuda é possível e fica tarde demais.

Essa pessoa que atenda ao anúncio só tem folga depois que passa o horror do domingo que fere.

Não faz mal que venha uma pessoa triste porque a alegria que se dá é tão grande que se tem que a repartir antes que se transforme em drama. Implora-se também que venha, implora-se com a humildade da alegria-sem-motivo.


(PRECISA-SE - Clarice Lispector in "A Descoberta do Mundo" Ed. Rocco - Rio de Janeiro, 1999)

sábado, 23 de maio de 2009

Amor moderno



Nos fins de noite é que ele se largava na cama e lá ficava a espera do tempo que passava...

Estavam longe um do outro e isso era tão doloroso!!

Mas havia os encontros mais que físicos, encontros de almas... Aquela sensação de ligação profunda, de que o destino não os havia unido por acaso... Uma sensação de que nem os tantos quilômetros de distância os poderia afastar. E sempre que a noite avançava esperando pela madrugada, ele aguardava o som da sua voz e a saudade apertava no peito. Geralmente era quase meia noite quando ela ligava... Era quando ela podia, e ele podia também...

Às vezes o celular tocava à tarde, de surpresa, e seu coração se enchia de uma felicidade que não conseguia descrever. Ouvir sua voz meiga e tranquila, sentir que ela sorria ao falar com ele, fechar os olhos e imaginar como ela estava, fazia com que a sentisse ali, a seu lado. Embora tentasse dizer a ela o quanto havia sentido sua falta, sabia que as palavras não eram capazes de traduzir a realidade. Quase sempre, ela dizia, com voz doce e suave: "Sentiu saudade nada...". E ele sorria. E os fins de tarde eram mais felizes, e as noites eram mais belas.

Mas naquele fim de tarde ele não ouviu o toque do telefone. Ele olhava o celular, ansioso, muitas vezes pareceia sentir que havia uma chamada, mas era apenas o seu desejo. E na tentativa de achá-la ligava para seu celular, mas ouvia apenas o seu próprio chamar insistente, sem resposta. Abriu os e-mails. Nada. Ela também não havia escrito. A tarde se foi e a noite continuou com aquele siêncio que lhe apertava o peito.

Ele foi dormir triste. Parecia que estava há semanas sem notícias dela. Sentiu-se vazio. Nem mesmo assistiu ao noticiário que falou sobre a chuva torrencial e o vendaval que derrubou fios, danificou cabos e dificultou encontros. E quando nasceu o dia, depois de um sono inquieto, ele acordou com o som de mil campanhias... Correu para atender. E ouviu do outro lado do toque, aquele som que preenchia seus dias de alegria: “Bom dia, meu amor... Que saudade de você!!”.

Hélia

(Criei este texto como uma livre adaptação de um pequeno texto que li, de autoria de Ana D.)

Caldo de Pinto



Com essa queda na temperatura em Belo Horizonte (temperaturas variando entre 12ºC e 22ºC e eu já estou aqui tremendoooo!!), nada melhor que se aquecer com um bom caldo (bom, tem coisa melhor, sim!! Mas é que este não é um blog de conteúdo adulto, então não posso detalhar essa coisa tão melhor!!)...

Hum... bom demais!! Eu AMOOOO!!

Então, pra começar a esquentar, uma receitinha básica de um dos caldos mais gostosos: caldo de pinto!! No início rende muitas gracinhas e piadas, por causa do nome sugestivo... mas depois, todo mundo prova e quer repetir... rsrs

Vamos lá, então, à receita!!


CALDO DE PINTO

Ingredientes:
1 kg de mandioca cozida
1/2 kg de peito de frango cozido com um pouco de colorau e desfiado
1 cebola de cabeça batidinha
2 cubos de caldo de galinha
4 colheres de sopa de óleo
3 dentes de alho laminados
Sal e pimenta do reino e cheiro verde a gosto

Modo de Preparo:
1. Bata a mandioca com a própria água do cozimento no liqüidificador e reserve.
2. Refogue a cebola e o alho até dourar, acrescente o colorau, o caldo de galinha e o frango desfiado.
3. Misture bem.
4. Despeje o caldo sobre o refogado, misture, acrescente o sal e pimenta a gosto.
5. Deixe levantar fervura.
6. Desligue o fogo e acrescente um copo de requeijão (se gostar bastante de requeijão, como eu, coloque dois copos ou um pote maior).
6. Salpique cheiro verde e sirva a seguir.

Obs.: Algumas pessoas acrescentam uma lata de milho mas eu, particularmente, prefiro sem o milho mesmo... Fica no gosto de cada um!!

APRECIE SEM MODERAÇÃO!!

^^

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Sobre progressões e regressões...


Quando aprendi a ler, aos 5 anos, os parentes e amigos da família me encheram de livros, a maioria de contos de fadas (exceção feita a meus pais, que me davam revistinhas da Mônica e à minha linda professora da escolinha, que me deu e emprestou livros sobre peripécias de crianças)...

Sendo tão bombardeada assim com as histórias de Cinderela, Branca de Neve, Rapunzel, entre outras, não pude escapar incólume às fantasias românticas de menina sonhadora, que acreditava em príncipes encantados e finais felizes...

A crença nos príncipes acabou bem rapidinho, logo no início da adolescência, quando descobri que essa história de sapo virar príncipe costuma acontecer bem ao contrário... E que, muitas vezes, sapinhos que não têm a menor pretensão de virar príncipes e que se mostram sinceramente desde o início como realmente são podem ser ótimos companheiros!

Já a certeza de que o “felizes para sempre” poderia ser mesmo real, demorou bem mais para acabar...

Quando, um dia, alguém me disse que “os relacionamentos progridem ou regridem, isso depende do encaminhamento que se dá a eles. Isso é real, às vezes na convivência descobrimos muitas afinidades e às vezes percebemos que elas não existem em determinadas relações, essas questões muitas vezes ou quase sempre dizem para onde vai a relação”, me assustei e discordei no primeiro momento.

Como assim?

Como um relacionamento em que as duas pessoas se amavam poderia regredir? Isso não combinava com tudo o que eu havia pensado a vida inteira sobre o “amor eterno”, sobre a “força do amor”...

Sempre achei que os relacionamentos só poderiam progredir. Claro, os relacionamentos onde houvesse amor. E, se um dia os sentimentos mudassem era porque, na verdade, eles nunca foram verdadeiros de fato...

Hoje entendo que estava errada... relacionamentos regridem sim, e isso acontece mesmo que os sentimentos sejam sinceros... Acontece quando o outro não corresponde às nossas expectativas...

A regressão tem um fim, felizmente. O relacionamento vai minguando, pouco a pouco, assim como o sentimento que você nutre pela pessoa. Quando você se decepciona... Quando você percebe que sonhou sozinha, que fez planos sozinha... Quando você descobre que só tinha olhos para o outro, enquanto ele tinha olhos para qualquer uma, menos para você... Quando você se dá conta que as palavras de amor que ele lhe dizia eram as mesmas que dizia a tantas outras, e ao mesmo tempo... Quando vc acorda. Você sofre, chora, se descabela, parece mesmo que aquele sofrimento nunca vai terminar. Mas termina. Um dia você acorda e aquela pessoa não tem mais a mesma importância na sua vida. E toda aquele choro e sofrimento transformam-se em alívio. Talvez um pouco de saudade. Transforma-se em esperança. Em mudança. Mas não mais em dor.

Já a progressão pode ser infinita. Não há limites. A cada dia vai ficando mais gostoso estar ao lado daquela pessoa. E o sentimento que você tem por ela também vai crescendo. É a progressão, no relacionamento e nos sentimentos. Ela ocorre quando você percebe que, afinal, nem todos são iguais. Quando você descobre que existe alguém que é capaz de te amar de verdade. Quando você sente que pode amar de novo. E que pode ser feliz, porque você quer e merece a felicidade. Ocorre sempre que o outro faz questão de demonstrar o quanto você é importante e especial na vida dele. E única. Isso é primordial. Você não é mais uma. Você é essencial.

Hélia

Infinito Particular


Infinito Particular

Marisa Monte

(Composição: Arnaldo Antunes, Marisa Monte, Carlinhos Brown)

Eis o melhor e o pior de mim
O meu termômetro, o meu quilate
Vem, cara, me retrate
Não é impossível
Eu não sou difícil de ler
Faça sua parte
Eu sou daqui, eu não sou de Marte
Vem, cara, me repara
Não vê, tá na cara, sou porta bandeira de mim
Só não se perca ao entrar
No meu infinito particular
Em alguns instantes
Sou pequenina e também gigante
Vem, cara, se declara
O mundo é portátil
Pra quem não tem nada a esconder
Olha minha cara
É só mistério, não tem segredo
Vem cá, não tenha medo
A água é potável
Daqui você pode beber
Só não se perca ao entrar
No meu infinito particular...

(Esta postagem foi motivada pelo belo blog da minha nova amiga Cleo, o "Infinito Particular"... ^^)

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Florbela Espanca


(Sempre fui fã da poesia de Florbela Espanca. Fico encantada com a forma como ela consegue transparecer tanta força e tanta femilidade ao mesmo tempo. Tenho especial admiração pelo poema "Rústica", com o qual me identifico profundamente!)

Florbela d'Alma da Conceição Espanca tem hoje seus versos admirados em todos os cantos do mundo, diferentemente do que aconteceu quando ainda viva, época em que foi praticamente ignorada pelos apreciadores da poesia e pelos críticos de então. Os dois livros que publicou, por sua conta, em vida, foram "O Livro das Mágoas" (1919) e "Livro de "Sóror Saudade" (1923). Às vésperas da publicação de seu livro "Charneca em Flor", em dezembro de 1930, Florbela pôs fim à sua vida. Tal ato de desespero fez com que o público se interessasse pelo livro e passasse a conhecer melhor a sua obra. Dizem os críticos que a polêmica e o encantamento de seus versos é devida à carga romântica e juvenil de seus poemas, que têm como interlocutor principal o universo masculino.


Texto extraído do livro "Sonetos", Bertrand Brasil - Rio de Janeiro, 2002, pág. 54.


RÚSTICA

Ser a moça mais linda do povoado.
Pisar, sempre contente, o mesmo trilho,
Ver descer sobre o ninho aconchegado
A bênção do Senhor em cada filho.

Um vestido de chita bem lavado,
Cheirando a alfazema e a tomilho...
- Com o luar matar a sede ao gado,
Dar às pombas o sol num grão de milho...

Ser pura como a água da cisterna,
Ter confiança numa vida eterna
Quando descer à "terra da verdade"...

Deus, dai-me esta calma, esta pobreza!
Dou por elas meu trono de Princesa,
E todos os meus Reinos de Ansiedade.


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FANATISMO

Minh'alma, de sonhar-te, anda perdida.
Meus olhos andam cegos de te ver.
Não és sequer razão do meu viver
Pois que tu és já toda a minha vida!

Não vejo nada assim enlouquecida...
Passo no mundo, meu Amor, a ler
No mist'rioso livro do teu ser
A mesma história tantas vezes lida!...

"Tudo no mundo é frágil, tudo passa...
Quando me dizem isto, toda a graça
Duma boca divina fala em mim!

E, olhos postos em ti, digo de rastros:
"Ah! podem voar mundos, morrer astros,
Que tu és como Deus: princípio e fim!..."


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AMIGA

Deixa-me ser a tua amiga, Amor,
A tua amiga só, já que não queres
Que pelo teu amor seja a melhor,
A mais triste de todas as mulheres.

Que só, de ti, me venha mágoa e dor
O que me importa a mim?! O que quiseres
É sempre um sonho bom! Seja o que for,
Bendito sejas tu por mo dizeres!

Beija-me as mãos, Amor, devagarinho...
Como se os dois nascêssemos irmãos,
Aves cantando, ao sol, no mesmo ninho...

Beija-mas bem!... Que fantasia louca
Guardar assim, fechados, nestas mãos
Os beijos que sonhei pra minha boca!...

terça-feira, 19 de maio de 2009

Pequenos gestos de amor


Terça-feira, 19 de maio de 2009, 10:50h de uma manhã com clima agradável, nem frio nem quente. Tempo gostoso.

Depois de passar a manhã toda dando aulas e falando sem parar, finalmente estava na reta final do quarto horário – um dos horários em substituição a uma colega. Tinha conseguido, com certa dificuldade, colocar a sala em ordem e manter os alunos atentos. Sim... No quarto horário, depois do terceiro ter sido na biblioteca, em meio a tantos livros interessantes, eles estavam eufóricos. Mas, enfim, haviam se concentrado na minha humilde aula de matemática.

Isso até, exatamente às 10:50h, minha linda, loira e essencial coordenadora Monika (espero que ela leia este texto e me dê um 10 na avaliação de desempenho!! Brincadeira, claro... Sou fã da Monika, gostei dela desde que a conheci no início de 2008; é uma excelente profissional, uma ótima colega de trabalho e uma pessoa iluminada!!) me chamar na porta da sala, muito séria: “Professora Hélia, venha até aqui me explicar uma coisa!”.

Fui até a porta assustada e Monika me disse: “Este rapaz disse que trouxe isso aqui para você, me explica essa história!”. Olhei para o lado e o “rapaz” era o entregador da floricultura... com um arranjo lindo de rosas brancas e amarelas! Lindo, lindo... “Hoje é dia de que?”, ela perguntou, sorrindo. E eu: “São pra mim mesmo? Porque não é dia de nada...”. O rapaz sorriu: “Mas isso é que é o melhor, não é? Quando não é dia de nada”.

(Observação rápida: o buquê é esse mesmo da foto acima! Eu o fotografei quando cheguei em casa!!)

Peguei as flores e nem pude responder. De repente tinha mais de 20 crianças na porta, pulando em cima de mim e gritando: “´É do namorado dela! Tá namorando, tá namorando!”.

Depois disso, até às 11:15h, quando os pais buscam as crianças menores, praticamente não foi possível mais dar aulas. Os alunos queriam pegar nas flores, ler o cartão, fazer mil perguntas sobre o “namorado” – que, aliás, eles acharam que era o entregador .

Quando os alunos saíram, fiquei olhando as flores, lendo o cartão – simples, com poucas e rápidas palavras – e pensando no que o entregador disse. Sim, é melhor quando não é dia de nada. Porque, na verdade, todo dia é dia de se dizer a alguém o quanto ele ou ela nos é especial. Todo dia é dia de se falar, de alguma forma: “Você é importante para mim e eu sou uma pessoa mais feliz com você na minha vida”. Mas não só falar. Especialmente, e mais importante: demonstrar.

Fico pensando na sensação que se tem ao enviar flores para alguém e ficar, de longe, imaginando se a pessoa recebeu... como ela sorriu ao ver as flores... o que ela sentiu ao ler o cartão... se seus olhos brilharam...

Sempre recebi flores no trabalho e sempre me emocionarei com o gesto. Mas não é apenas o gesto de mandar flores que me emociona. É um telefonema no meio da tarde, dizendo: “Pensei em você agora, estou com tanta saudade!”... É um email, com poucas linhas, apenas para lembrar o quanto você é importante... É um bilhetinho deixado dentro da sua bolsa, sem que você perceba, e que você encontra quando menos espera... É um sorriso imenso que se abre no rosto do outro ao te ver... É um “eu te amo” que você sabe que é sincero, e que a pessoa não fica dizendo a cada dia para alguém diferente.

Fiquei pensando no motivo das flores... Talvez porque ontem e hoje eu estivesse um pouco triste e ele tenha percebido - embora a tristeza não tenha mesmo nada a ver com ele... Talvez porque ele viu as flores e pensou em mim... Ou talvez não, talvez ele já tivesse planejado isso há mais tempo...

Antes de sair da escola liguei para agradecer pelas flores. Sentir o sorriso do outro no celular, ao te ouvir, é indescritível. Mas o melhor pra mim foi ouvir, quando eu disse que havia ficado surpresa, pois não era nenhuma data especial: “É só que você é linda e eu te amo muito”.

Eu disse “pequenos gestos de amor”?

Não, não... são tão GRANDES que não seria possível descrevê-los neste texto...


Hélia

Gerânio


Ela que descobriu o mundo
E sabe vê-lo do ângulo mais bonito
Canta e melhora a vida, descobre sensações diferentes
Sente e vive intensamente
Aprende e continua aprendiz


Ensina muito e reboca os maiores amigos
Faz dança, cozinha, se balança na rede
E adormece em frente à bela vista
Despreocupa-se e pensa no essencial

Dorme e acorda


Conhece a Índia e o Japão e a dança haitiana
Fala inglês e canta em inglês
Escreve diários, pinta lâmpadas, troca pneus
E lava os cabelos com shampoos diferentes


Faz amor e anda de bicicleta dentro de casa
E corre quando quer


Cozinha tudo, costura, já fez boneco de pano
E brinco para a orelha, bolsa de couro, namora e é amiga
Tem computador e rede, rede para dois
Gosta de eletrodomésticos, toca piano e violão
Procura o amor e quer ser mãe, tem lençóis e tem irmãs
Vai ao teatro, mas prefere cinema


Sabe espantar o tédio
Cortar cabelo e nadar no mar
Tédio não passa nem por perto, é infinita, sensível, linda


Estou com saudades e penso tanto em você


Despreocupa-se e pensa no essencial
Dorme e acorda

(Gerânio - Marisa Monte)

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Fragmentos



Sou um pouco do que a genética predeterminou, um tanto do que fizeram de mim e um muito do que minhas escolhas me possibilitaram.

Meu caráter e toda minha base, graças a Deus, devo a meus pais (e a Ele, claro!). Mas, certamente, parte do que eu sou devo ao quintal de minha casa de infância. Foi lá que aprendi a sonhar e imaginar que o mundo poderia ser muito, muito maior. Era uma casa modesta, humilde, simples. Éramos (somos!) gente simples.

Nunca passamos fome, mas muitas vezes o alimento da manhã era farinha de milho com café (às vezes tinha um pouco de leite...) e o almoço era arroz ou angu com feijão e um peixe seco salgado (manjubinha) comprado bem baratinho no armazém. Quando dava, tínhamos galinhas, aí comíamos carne! Mas não era sempre. As galinhas eram mais para comermos ovos, ou vendermos, dependia da necessidade! O chuchu que crescia ao lado da casa e umas verduras q minha mãe plantava complementavam a refeição. Não morávamos na roça, era na cidade mesmo, pequena cidade do interior, mas não tínhamos TV em cores, nem telefone e quando queríamos gelo pedíamos na casa da vizinha: não tínhamos geladeira! Mas também não tínhamos dívidas e só comprávamos o que podíamos pagar. O que era muito pouco. E éramos felizes com esse pouco. Meus pais trabalhavam duro, sem parar. Minhas duas irmãs mais velhas cuidavam da casa e também de mim e de minha irmã caçula.

E havia o quintal... Enorme, enorme quintal! Lá, de cima das árvores, eu via os quintais dos vizinhos e sonhava com o resto do mundo.

Aprender a sonhar trouxe algumas decepções, mas muitas compensações.

Algumas vezes, sonhar é o que me mantém...

As tais árvores onde eu subia eram um pé de goiaba branca e um pé de goiaba vermelha. E havia o abacateiro, duas laranjeiras, um limoeiro, um mamoeiro, bananeiras, duas mangueiras (as mangas não eram muito boas e eu atravessava a cerca para pegar as do vizinho, que eram bem mais gostosas!). E havia os animais! Lá embaixo, mais longe da casa, o chiqueiro sempre tinha dois porcos. Um deles seria morto no final de ano... era quando a família podia comer carne também! Meus pais mandavam assar o pernil na padaria e o restante da carne dividiam para os vizinhos. Era costume, todo mundo na rua fazia isso, dividia a carne dos porcos com os vizinhos.

A morte do porco sempre me dava uma certa tristeza. Eu tinha dó do porco e ficava meio triste na passagem de ano. Apesar de bem pequena, eu era a veterinária da casa: era eu quem cuidava dos animais doentes! Além do porco, havia pássaros (eu abria as gaiolas e soltava os pássaros sem meu pai saber!), galinhas, cachorros (muitos, mas só um de cada vez... a maioria se chamava “Bob”), gatos (quase sempre uma gatinha chamada “Mimi”), uma coruja (chamada “Corujinha”) e uma cabritinha (chamada “Bitinha”... é, éramos supercriativos para nomear animais... rsrs).

No quintal éramos piratas, veterinárias, donas de casa, mães e filhas, professoras, artistas de circo (eu sempre era o palhaço!!), astronautas... éramos o que escolhíamos ser... e enquanto ríamos tanto, eu não podia sequer imaginar que toda uma vida estava sendo moldada e construída ali... em nossos sonhos e brincadeiras inocentes no quintal...

Hélia